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domingo, 19 de dezembro de 2010

SIM à Vida ou As Pontes que se fazem entre!!



Como se escreve sobre o que não é consciente??


Senti o cheiro verde do colo, a batida do coração saindo do peito
O afago, a entrega, a coragem
Carinhos sem pena
Dedos, pés, costas, cabelos
O fora é tão profundo...


Tremer... "deixa sair, Claudia"... "não segura"...


Bicho com boca que afaga...Fernando...
Criança com olho que toca...Angela...
Nômade com peito que chora..Samara...
Bicho com dedo que vê...Camila..Paulo...
Criança com mãos que riem...Daniel...
Criança com costa que brinca...Simone...
Bicho com braço que fala...Bernardino...


Bichos...crianças...nômades...todas...intensas...
Construindo forças ativas, fortes, libertadas...


"Levanta a cabeça"..."Olha nos meus olhos"... "Agora você tem uma saia"

Ê Ana! Ê Bethânia!
Que importa se tocam de homens e mulheres, de mulheres e mulheres, de homens e homens?
Saudo a coragem de ser quem se é!


Masculino... feminino... homem... mulher... hetero...homo...
Querer feminilidade! Querer masculinidade!



E se alguém duvidar que o tempo não é cronológico, respondo:
Ontem vivi o sábado da comunhão! Imanescência...
Longos e profundos breves minutos de se ser cuidado e se deixar cuidar!
Longos e profundos breves minutos em que se nasce a mesma e outras!



Desejar amar e ser amada pelas crianças-bichos-nômades de Uberaba!
 Abrir mão da covardia!!


 


 

O Poeta Está Vivo - Frejat




Baby, compra o jornal

e vem ver o sol

Ele continua a brilhar,

apesar de tanta barbaridade

Baby escuta o galo cantar,

a aurora de nossos tempos

Não é hora de chorar,

amanheceu o pensamento

O poeta está vivo, com seus moinhos de vento

A impulsionar a grande roda da história

Mas quem tem coragem de ouvir

Amanheceu o pensamento

Que vai mudar o mundo

Com seus moinhos de ventos

Se você não pode ser forte,

seja pelo menos humana

Quando o papa e seu rebanho chegar,

não tenha pena

Todo mundo é parecido, quando sente dor

Mas nu e só ao meio dia, só quem está pronto pro amor

O poeta não morreu,

foi ao inferno e voltou

Conheceu os jardins do Éden

e nos contou

Mas quem tem coragem de ouvir

Amanheceu o pensamento

Que vai mudar o mundo

Com seus moinhos de ventos

Mas quem tem coragem de ouvir

Amanheceu o pensamento

Primavera Nos Dentes - Secos & Molhados




Quem tem consciência pra se ter coragem

Quem tem a força de saber que existe

E no centro da própria engrenagem

Inventa a contra mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado

Quem já perdido nunca desespera

E envolto em tempestade decepado

Entre os dentes segura a primavera


Composição: João Ricardo/João Apolinário