Páginas

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Penso, Logo escraviso....

Penso, logo escraviso....
Prisão de um ego atrofiado, embrutecido ao invisível.
Roupantes de alegria se fazem necessários aos cantos das gaivotas sobre o alisamento do rio;
Voar e não pensar, bater asas e devir.
Rodopiando viciadamente como um moinho me paraliso, na triste repetição codificada;
Atravessando como água entre moinho me desestabilizo, pois se códigos não há controle....me desterritorializo junto ao Acaso.
Quando penso logo escraviso...
Como brotar flor em meio a água do fluxo de um rio, sem secar rio para plantio em terra firme?
Sozinho em minhas multidões rumo aos novos mundos
Devagar e sereno, desbravo com audácia as tribos incandescentes de um verão próspero.
Dou passagem ao silêncio do acaso o dobrando em sons multiplos de n acontecimentos.
Ao pensamento dirijo meu penar, minha prisão linguística;
Ao corpo dirijo sem olhar, agenciando outras-coisas-metamorfoseantes.
Ao barulho de multidões me pego kompondo com as lisuras de um entardecer povoado de passáros mutantes.
Ao por do sol, me vi descendo montanhas, rochosas....duras/
Durante a descida me atravessa um leopardo galapando em vida rumo ao desconhecido;;;;
Sua coragem ativa em mim Esperança de experimentação, em descida temorosa.
Leopardo me captura por entre o olhar e o vento, e a grama, e os pássaros, e as nuvens e aos medos, e as inseguranças e a política....
Produzindo outras koisas e multiplicando o uno-egóico-moinho de repetição triangular,( que restringe minha potência ), dando passagem as n possibilidades de estar em contato com as tribos que habitam em mim, em suas diversas alteridades, capturando os cruzamentos de potencias singulares e agenciando vida em acontecimentos regados por multiplicidade e fomentandos pela heterogenese multi-pássaro-colorida potencial.
Ao vento meu obrigado.
Aos leopardos meus sinseros "obriCuidados".Viva Vida.

Guuilherme Elias

3 comentários:

  1. Adorei seu texto Guilherme.
    Sim, é preciso que façamos essa viagem dia após dia sem nos cansarmos de sermos enternos andarilhos....experimentando novos espaços...novas idéias e afetações...novas pessoas dentro e fora de nós mesmos...e levar quase nada em nossa trouxa...pois...pode nos pesar demais em meio ao caminho e nos paralisar em qualquer lugar que tivermos chegado.

    ResponderExcluir
  2. A existência permeia a vida, suas tribos invadem espaços antes restritos, agora desterritorializados de multiplicidades... devires e vida surgem em todos os poros, fazem-se potentes e singulares... possibilidades mil, formas mil, experimentação singular e cheia de desejo, vida, descoberta, formas, lisuras, liberdade, afetações...

    ResponderExcluir
  3. Guilherme, um andarilho segue ... e se reinventa, afirmando o amor, a alegria e o sono suave.
    Afirmação da vida no entre dos encontros liberadores... Expansão... ex e implosão... Devir para além do restrito e asfixiante mundo dos normôticos.
    Abraços jorge

    ResponderExcluir