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terça-feira, 15 de março de 2011

Flores e vida

É dia, vento que sopra a grama,
Chacoalha as árvores e as plumas dos pássaros.
Perdido em meio á massa,
Me pego sorrindo;
Cantando para não me enfiar num círculo.
Um sussuro sereno me acalma,
É o ruído do mato que se faz no entre da visão.
Ansiedade para matar a saudade,
Do encontro de um novo verão,
Cheio de potencia e vida.
Os olhos já não tem o mesmo brilho,
Nem a mesma expressão,
São tristonhos, ressacados,
Em meio a indiferença com a vida.
Tanto faz, tanto fez, agora só me resta grudar em grama e espalhar;
Para um lugar onde possa experimentar a tranquilidade ao invés do amor fugaz;
Onde faça brotar flor em pedra,
Em água,
em afeto,
em esperança.
Dizem que até no lixão nasce flor,
o duro é dar consistência a essa flor, para que não seja facilmente detonada pelo solo contaminado.
Flor que brota e vive, sobrevive, mas também morre,
Junto com o olhar.
Olhar com a sensação de cegueira,
De atitudes improváveis
De amores impensáveis.
Resta-me apenas o de-repente
De uma vida sem sensura,
Em meio a lisura, de uma escrita ao acaso.
Ao vento que apaga,
O antigo brilho do olhar,
E renasce em outro luar.


Guilherme Elias.

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